Atendimento pré-hospitalar e a multidisciplinaridade



O serviço de atendimento pré-hospitalar é um conjunto de ações médicas de emergência, realizada por uma equipe fora do ambiente hospitalar. Por ter suas ações mais concentradas em urgências e emergências, esse tipo de atendimento geralmente é feito a pacientes que apresentam vários tipos de distúrbios sendo clínicos (neurológicos, cardíacos, psiquiátricos, etc) ou traumáticos (acidentes automobilísticos, quedas, agressões etc).

O atendimento pré-hospitalar (APH) móvel faz parte do sistema de assistência às urgências, constituindo-se um tipo de serviço de saúde recente no Brasil. Caracteriza-se por prestar assistência às pessoas em situações de agravos urgentes nas cenas em que os eventos ocorrem, garantindo atendimento precoce e adequado, assim como o acesso do usuário ao Sistema de Saúde. Esses eventos podem ser de natureza clínica, cirúrgica, traumática ou psiquiátrica, os quais causam sofrimento, seqüelas temporárias ou permanentes, podendo levar a vítima à morte

O APH pode influir positivamente nas taxas de morbidade e mortalidade por trauma. Os acidentes de trânsito, nas duas últimas décadas, têm sido uma das principais razões das mortes por causas externas no Rio Grande do Sul, tendo representado 26,6% desses óbitos, em 2006. No atendimento às vítimas de trauma decorrente de acidente de trânsito, o atendimento pré-hospitalar móvel possibilita diminuir a mortalidade dos acidentados e minimizar as seqüelas decorrentes de um primeiro atendimento tardio ou inadequado

Na prática cotidiana dos serviços de APH, o trabalho se estrutura a partir de instrumentos tecnológicos e do estabelecimento de relações entre os atores, especialmente no atendimento à vítima de acidentes de trânsito, quando várias áreas se envolvem nessa assistência. O trabalho desenvolvido caracteriza-se como um trabalho coletivo, cujo resultado depende dos atos de cada um desses atores, que atuam de acordo com seus saberes e práticas específicos, e por todos eles no seu conjunto. As ações são desenvolvidas por vários profissionais, respeitadas as especificidades, competências e responsabilidades de cada membro da equipe.

No trabalho coletivo sempre há espaço para diálogo, para reflexão, tomada de decisão conjunta, na busca de um objetivo único que é a qualidade do cuidado prestado. A comunicação e a interação são potentes ferramentas desse trabalho, por meio do qual o trabalhador introduz mudanças na relação de poder existente, tanto entre categorias profissionais, quanto entre profissional-usuário.

O trabalho em equipe é uma modalidade do trabalho coletivo que se configura na relação recíproca entre as intervenções técnicas e a interação dos agentes. Na relação entre trabalho e interação, os profissionais constroem consensos que configuram um projeto assistencial comum, em torno do qual se dá a integração da equipe de trabalho.



A finalidade do APH na assistência à pessoa que sofreu acidente de trânsito é mantê-la viva até a chegada ao local onde será possível curá-la, diminuir as seqüelas, possibilitando melhor qualidade de vida ou mesmo sua própria vida. Considerando que o objeto de trabalho é a pessoa vítima de trauma por acidente de trânsito e o tempo para cumprir com sua finalidade é extremamente curto, torna-se necessário uma organização do trabalho no APH fundamentado no trabalho em equipe.

As publicações referentes ao atendimento pré-hospitalar móvel ainda são incipientes no Brasil, especialmente enfocando o trabalho em equipe em situações que envolvem acidentes de trânsito. Portanto, este estudo, ao discutir a interação dos diferentes profissionais que se envolvem nesse tipo de atendimento e a articulação das ações executadas, pode contribuir para a organização do processo de trabalho.




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